sábado, 17 de dezembro de 2011

A Mulher e a Lua

 


Lua Adversa
Tenho fases, como a lua,
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!

Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...).
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

Cecília Meireles

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Pomba Gira em Foco - Símbolo da Transformação do Feminino

Um dos aspectos de Lillith, grande arquétipo universal, é a Pomba Gira, um mitogema local abrasileirado.
Bendita é esta Senhora, formosa com seu rosal!
Ela nos acalenta, contrariando a missão de muitos, que a criticam por suas rebentas, para nos ensinar a amar. Muitas vezes é necessário transgredir antigas regras, para que o novo possa se mostrar.
Neste post eu vos apresento, uma Senhora em particular, dela não sou devota, mas de mim ela costuma gostar.
Logicamente no mundo dos arquétipos, eu, em contato com sua energia, deixo pra lá todo o meu estudo, para apreciar sua nobre companhia.
Ela não é vulgar, como muitos podem pensar, mas pode um vulgo se tornar, apenas para se divertir e a muitos chocar.
Essa Senhora é tão genuína, que mal tenho palavras para descrevê-la, mas ela me apareceu tão pequenina, como uma das pombas que posa, todos os dias em minha janela.
Eu não pude deixar de ignorar, seu símbolo de transformação, trazendo-me não só o mar, conchas e cristais de sal para me purificar, como também sua doce, perfumada e enérgica prontidão.
Oh apreciadora de pedidos, e também a executora dos casamentos e encomendas oficiais, protejam a nós teus espinhos, dos inimigos desleais.
Que tuas rosas vermelhas vistam-nos de pétalas, para que noivas, vestidas de ti, possamos assumir nossas flores e enxergar nossas cores, transmutando todas as nossas dores.
Traga-nos alegrias e muitas graças, pois nossa oferenda à vossa Graça, é o nosso sagrado e feminino despertar. Acho que isso deves muito apreciar…
E neste momento eu só tenho a pronunciar:
Gratidão, Gratidão, Gratidão!
Por Luciaurea Kaha
www.luciaureakaha.wordpress.com

domingo, 4 de dezembro de 2011


"Mulher é mistério. Mistério de alma... Mãe, amante, gueixa, guerreira, Eva, Lilith, matilha, andarilha... Mistério de corpo... Oscilando em sua natureza cíclica, ondulando pelo oceano de seus hormônios regidos pela lua... Mulheres têm na carne o berço da Vida. Mulheres têm na alma a Alma de todos nós. Mulheres são tudo. A face feminina da Totalidade.
Você merece o seu próprio céu.
Ouse ser quem você é.
Mais do que alcançar o seu melhor, ouse ser absolutamente tudo.
Tenha a audácia de ser absoluta".

Absoluta/Ricardo Martins
Sistema editorial, com base em Porto Alegre, com foco no Feminino Essencial. Inclui jornal impresso, site, blogs, comunidade no Orkut e circuito de eventos. Atua desde a exata entrada da Primavera de 2006.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Oração da Tríplice Deusa


 A Deusa em mim habita em suas três diferentes formas.
Quando a Lua cresce no céu, sou Àrtemis dos bosques.
Busco os caminhos virgens e neles mostro minha força em cada ramo.
Sou Ártemis quando busco os montes e anseio por novos rumos,
quando repudio os limites e não existe o medo.
Sou Ártemis quando me lanço sem amparo do cume feito com todas as pedras,
que tentam, inúteis, bloquear meus atos deliciosamente insanos.
Assim sou Ártemis.
Quando no céu a Lua é Cheia, sou Demeter de coração nos olhos.
Busco o amor imensurável e ofereço aquele que habita em meus infinitos braços.
Sou Deméter quando procuro meu filho em cada ser, quando quero ser
Ave Mãe e ninho em um só tempo.
Sou Deméter quando meu colo se torna porto e suplica dolorasamente,
pelo lançar de âncoras de todas as embarcações.
Assim sou Deméter.
Quando a Lua Míngua, sou Hécate de toda escuridão.
Busco-a linguagem da alma e descubro ser eu mesma tudo aquilo que me ameaça.
Sou Hécate quando a solidão importa e quando o fim torna-se causa e razão.
Sou Hécate quando penso na morte e encontro o que sou antes de tornar-me outra.
Assim sou Hécate.
E assim a Deusa habita em mim, em suas três diferentes formas.

"Cada vez que oramos para a Deusa, para mais perto de nós a trazemos e
quanto mais ela se aproxima, mais descobrimos que, ela nunca esteve
em outro lugar a não ser dentro de nós mesmas".